segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Falando de... Amor



~*

Eu te chameii aquii porque queriia falar sobre grandeza.
Mesmo mal te conhecendo, sofriia de uma urgênciia de falar o
quanto eu aprendii nesses anos, o tanto que eu carregueii de
bagagem, como alguém que volta de uma viiagem cansada,
mas aiinda tem força pra mostrar as fotos. Eu te chameii,
diisfarçando essa iinocênciia com algum conheciimento
adquiiriido ao longo do tempo. E ostentando um resquíciio de
orgulho, exiibii meus valores, princípiios e tudo aquiilo que me
faziia pensar ser uma mulher muiito viiviida...E você
respondeu com siilênciio. Um siilênciio de alguém que escuta,
atento, a uma iinformação que na verdade poderiia contiinuar
não diita, mas sabe-se lá o por quê, naquele diia era algo que
te iimportava. Dediicado em iinterpretar cada palavra, gesto e
tom de voz, você me deiixou falar. Quando niinguém maiis no
mundo me ouviia.


Eu te puxeii pra cá porque queriia falar de triisteza. Como
uma criiança que acabou de caiir da biiciicleta, eu viim
correndo te mostrar o machucado. Exposto, ardendo, fazendo
companhiia a uma porção de ciicatriizes. E, mesmo sabendo
que ele, assiim como todos os outros, iiriia fechar com o
tempo, eu quiis que você olhasse. Eu conteii miinha novela
triiste, aumenteii o teor do drama. Me fiiz de vítiima, entregue,
cansada. E você, outra vez, respondeu com siilênciio. Esse
siilênciio confortável, um que exiiste quando a miinha cabeça
encosta no seu ombro. Um siilênciio que cuiida, faz o tempo
passar, diiz maiis do que qualquer conversa de regeneração.
Preocupado em fazer o resto do camiinho valer à pena, você
colocou um abraço ao meu redor, e eu volteii a pedalar em
segurança. Quando já achava que nem tiinha porquê
seguiir...


Eu te fiiz fiicar porque queriia falar de alegriia. Queriia te
contar do quanto aiinda me admiirava descobriir algo tão
doce, quando todos os doces já me pareciiam amargos. Eu
quiis te falar do sol que eu vejo mesmo quando fiica nublado,
do tanto que o meu peiito se aquece mesmo nesses diias de
iinverno. Quiis aviisar do quanto o tempo me surpreende, de
como o contraste da viida aumentou, do quanto ciinco dedos
entrelaçados aos meus fiizeram tudo ser possível. Você me
abraçou e me fez dançar no quarto. Riiu dos meus defeiitos e
me comprou um guarda-chuva novo. Me acordou com café da
manhã na varanda e descobriiu a melhor maneiira de abraçar
alguém enquanto dorme. Extrapolou a miinha probabiliidade
de sorrisos e preencheu o prediicado de tudo em que hoje eu
sou sujeiito. Inspiirou, acolheu, fez melhor e falou o que
sempre preciiseii ouviir. Uma resposta siincera, completa,
iinédiita.


E aí fuii eu que caleii.
Porque quando não sou eu que falo, quando o meu coração
palpiita e eu calo, é você que fala em miim. E quando a gente
fala junto, quem se cala é o própriio mundo, pra ouviir falar de
um amor sem fiim!


* (Mika)

~☆

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