quarta-feira, 26 de agosto de 2009

* NR *





Como de habitual, eles ficaram mais silenciosos quando o fim do dia se aproximou.

Mesmo depois de tantos domingos ainda não haviam se acostumado com as despedidas.

Aquela hora do dia sempre doía.

E não havia como negar.

Ele pensou em deixá-la ver o bilhetinho que tinha escrito num guardanapo amarelo

(que sua mãe havia comprado pra combinar com os azulejos cozinha da casa)

... mas quando o pai dela chegou pra buscá-la de carro não deu tempo. Só foi um selinho e um "tchauamorteamomuito" ligeiro assim.

Ele era assim, meio devagar, quase parando.

Subiu a curta escada, entrou no elevador, tirou a carta do bolso a cartinha e releu sozinho suas próprias palavras.

Estava escrito assim, logo após o desenho de um símbolo que costumava desenhar juntando as letras iniciais dos nomes dos dois...

"- Casa comigo amanhã e depois de amanhã e para sempre?"

Na segunda-feira, ele entregaria o escrito para ela, mas ainda assim dormiria com um sorriso no canto do lado esquerdo dos lábios.

(ele já sabia a resposta dela).



PS: Amanhã te entrego.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Poderíamos casar (logo!)...


Recém casados talvez não seriamos exemplo para futuros filhos, estaríamos ainda muito deslumbrados em morar juntos, em acordar abraçados, provavelmente sem horários, sem responsabilidades, sem contato com o meio externo, apenas querendo um ao outro.
Não arrumaríamos a cama diariamente,estando com sono o dia inteiro porque na noite passada talvez não tivéssemos dormido muito, passando horas conversando, ou se amando, e quando menos percebêssemos, tinha amanhecido. Bem provável.

Tomaríamos café da manhã às duas da tarde, ou talvez esse fosse um almoço e perderíamos uma refeição.Discordaríamos no refrigerante do jantar, ou no fato de não tomarmos tanto suco, reclamaria das comidas não tão saudáveis, e você falaria que iríamos almoçar fora.

Beberíamos juntos em algum clube no final de semana.

A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias.

Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira, ou botaríamos o celular no silencioso, para ninguém atrapalhar o nosso momento, mesmo sendo a mãe de algum de nós..

Você me ensinaria alguma coisa sobre futebol, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema.

Iríamos para a sala de pijama e descabelados, com a cara mais amassada do mundo, você iria direto deitar, apoiando suas costas no braço esquerdo do sofá com algumas almofadas e eu deitaria logo em seguida, encostando minha cabeça no seu peito. Você saberia o que eu estava pensando, apenas em olhar pra mim, eu saberia o que fazer pra te agradar nessa hora, e eu saberia também onde você tinha deixado sua toalha, e eu pegaria depois para você ir tomar um banho. Beijaríamos-nos no meio de alguma frase e em algum momento diríamos que nos amamos. Você pegaria no sono com uma perna em cima de mim e eu com a mão no seu cabelo, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria por que, minha cara boba responderia tudo. Então, não falaríamos nada, só sentiríamos o nosso amor.
Poderíamos casar (logo!)...

(texto editado, tirado da net)