quinta-feira, 25 de junho de 2009

O menino dos meus olhos






Tantos rapazes passaram pela vida daquela moça que ela acabava indo e vindo, começando e terminando, rindo e chorando sempre, tudo junto e ao mesmo tempo. Acabava não aproveitando muito a emoçãozinha do durante porque sofria pensando no depois; mas aí na hora de chorar pelo depois ela já tinha chorado muito e partia pra mais algum durante assim, sem esquentar muito a cabeça.

Foi sempre assim. Desde que ela consegue se lembrar, ou contar, foi assim. Eles aqui ou ali, tanto fazia. Era sempre o mesmo desfecho sem graça para a mesma história repetida.

E ela tinha uns 16 anos quando ele apareceu na vida dela. Na época ela mal conseguia diferenciar aquele rapaz de todos os outros e, pra falar bem a verdade, ela só percebeu de quem se tratava anos depois, dia desses, quando começou a fechar seus olhos antes de dormir e percebeu que a imagem dentro do escuro debaixo das pálpebras dela, era dele. Percebeu que há muito tempo era ele. Percebeu que todos os outros rapazes nunca seriam páreos pra ele porque ele não estava nas coisas que ela via somente, ele estava também - e principalmente - nos olhos dela quando estes estavam fechados. Ninguém competia com ele porque ele estava nela, dentro dela.

De todos os homens do mundo, ele era o que ela mais admirava. Todas as coisas que ele fazia viravam estórias encantadas na cabeça dela, ele era o príncipe que escalava o castelo, o cavaleiro que ganhava a batalha, a coisa mais brega e mais bonita que ela conseguia pensar sempre, era ele. E ela descobriu que não é vergonha ser brega para ser bonito. Ela estava cagando pra quem a achasse brega.

O tempo foi passando e a distância entre ele e a realidade foi diminuindo. Às vezes ela abria os olhos assustada depois do sonho e era como se ele estivesse realmente lá, era como se ela pudesse mesmo sentir o cheiro, a presença. Tantas vezes ela foi dormir contorcida, apertada a si mesma, desejando fundo que no lugar dos travesseiros e das vontades, fosse ele. Ela só queria que fosse ele.

E ela contava os dias, as horas e os problemas que faltavam ser resolvidos pra eles conseguirem finalmente ter o final feliz do conto de fadas. Ela o guardou há muito tempo num lugar muito seguro, que nenhum dos seus namorados de papel da vida real vai conseguir chegar algum dia. Porque eles, os outros, estavam dos olhos pra fora: ela os enxergava, se divertia, tocava, sorria, mas em hipótese alguma os levava para dentro dos olhos dela. E de tanto implorar para acordar, então, foi exatamente isso que aconteceu.

Tantas pessoas passaram por ela, tanta coisa foi dita, tantas promessas que jamais foram cumpridas e ela fica pensando sozinha que ela já perdeu tanto tempo com sentimentos de papel, valeu a pena - e muito - esperar por alguém que há tanto tempo faz parte da parte mais íntima da sua vida: o seu sonho de ser feliz.
Mais uma vez: Te amo, Meu Anjo.
[Rani G.]

terça-feira, 2 de junho de 2009

Respire.

.::. Tem dias que você para e olha pra si mesmo e a sensação que você tem é de estar perdido na insanidade que você enxerga, mas não controla.

Quando eu te conheci você fazia parte das horas mais preciosas do meu dia, eu largava quem quer que fosse, eu esquecia de compromissos, eu perdia a fome na hora de jantar, eu tomava um banho rápido, eu me vestia com pressa, desligava meu telefone, ignorava a campainha, ficava offline no messenger, eu saía de toda área de alcance porque a única coisa que me importava quando eu conheci você era que você pudesse, então, me alcançar.

O mundo dá tantas voltas engraçadas e, em muitas dessas voltas, a gente não dá risada de quase nada. Eu fico encontrando defeitos no seu passado como meio de estragar nosso futuro, mas eu juro que o ímpeto vem de dentro de mim, mas não é meu. Parece que existe alguma coisa mais forte do que o meu discernimento que me faz procurar escatologias onde não se vê nada de errado, só pra eu acreditar que ainda sei viver sem você em caso de eu precisar.

Porque por mais que aquele remoto passado parecesse um incrível segredo nosso, todo mundo sabia que eu estava apaixonada. Porque na verdade, a paixão não é uma coisa quieta, ela não consegue falar baixo, gostar devagar, querer de pouquinho em pouquinho. E a minha paixão não era nada diferente das outras paixões, aquelas que você já teve e eu também já conheci mesmo que sem vasculhar muito. A minha paixão por você era cega, surda e louca porque era a primeira – pelo menos daquele jeito maluco - e me arrastava tanto que me arrastou pro outro lado do mundo que eu conhecia e me levou pra um mundo onde a única referencia de tudo que pudesse pedir numa referência era você.

No final das contas, quando se tem um tudo, acaba-se ficando meio que sem nada.

Naquela época que o nosso sonho virou realidade, eu, na minha paixão quase que histérica, corri pra você ignorando tudo o que estava mesmo em volta da gente, aceleradíssima na vontade de viver rápido como se eu não pudesse perder nenhum segundo daquilo, era medo de acordar, sabe? E aí eu ignorei o fato de eu ter um passado e de você ter um passado porque eu tinha sede demais do nosso presente que demorou tanto pra acontecer.

Eu esqueci que sonhos não duram pra sempre porque quando um se realiza, a gente já deu conta de sonhar mais três depois do último. Eu esqueci que a gente ia fazer planos e que eu ia ter ciúme até mesmo da idéia de você já ter tido nem que seja um projeto de plano com mais alguém. Eu odeio as terceiras pessoas e odeio ainda mais quando essas terceiras pessoas existem só na cabeça de quem vê porque, caso elas fossem reais, eu teria desculpa pra fazer o que eu faço, pra ser irracional, pra não ter limites e nem compaixão. Dá vontade de bater em todo mundo, de sair na rua gritando, de chorar meus cuímes em voz alta pra fazer eco e pra ver se no vexame eu enxergo o quanto estou ridícula de as vezes duvidar que o seu amor é genuíno e que o passado que eu tanto teimo em trazer à tona já nem passa perto de perturbar você.

Eu fiz tanta besteira na minha vida, e o meu medo de te desapontar é tão grande que eu preciso procurar besteiras na sua vida, pra me desapontar com você e estar mais preparada caso você decida seguir por aí, sem mim.

Ah, como eu te amo!...

E tem aqueles cheiros que a gente sabe de olhos fechados e me mata a idéia de eu não ter feito parte de algumas das suas recordações que te dão aquela nostalgia boa e vem misturada com a vontade de poder voltar no tempo e comer doce deitado no sofá da casa da sua avó.

O que acontece quando a gente ama mais alguém, além da gente mesmo, é que por mais seguro se tenha sido na vida, aparece aquela sensação de ter perdido tanta coisa, tanto detalhe e, no fundo, dá um puta medo de não conseguir superar, entender, acompanhar.

Quando eu te conheci você fazia parte das horas mais preciosas do meu dia e eu largava qualquer coisa só pra poder falar com você. Hoje, você ainda faz parte das horas mais preciosas do meu dia, e eu largo tudo e todos para poder estar com você.E agradeço à beleza, a maravilha e o milagre que é a verdade absoluta do nosso amor.



[Rani G.]

quinta-feira, 21 de maio de 2009

"Não sei, só sei que foi assim"


"Tudo o que é bom de verdade, nessa vida, deixa você totalmente despenteada.
Fazer amor? Despenteia.
Gargalhar? Despenteia.
Viajar, voar, correr, entrar no mar, tirar a blusa? Despenteia.(...)
Dance, namore, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, fique à vontade, fique bem, fique linda e principalmente deixe a vida te despentear.
O máximo que pode acontecer é você ter que, com um sorriso diante do espelho, voltar a se pentear. Porque o mundo está belo. Definitivamente belo."


[Trecho da campanha "Viva e Despenteie-se" da Seda]





.::. Algumas semanas se passaram até eu ter coragem de sentar meu bumbum querido nessa cadeira meio dura, meio confortável pra falar de você. Os dias passaram voando e eu não consegui assimilar bem o que estava acontecendo com a minha inspiração que resolveu ir embora, com o meu bom senso que deu lugar à minha risada de criança e com a minha eterna mania de julgamentos a atos alheios que deu espaço à um juíz bem melhor do que eu sempre fui -- e jamais serei -- só pra julgar meus atos inseguros.


E você apareceu numa hora que a minha insegurança estava tão gritante que quase ensurdeceu a minha vontade de qualquer tipo de amor. Mas por uma sagacidade dos nossos destinos, acabou mesmo ficando só no quase...


E eu acabei nem tendo tempo de olhar direito pra mim, porque eu não estava conseguindo parar de olhar pra você. Você, sem nem ao menos se dar conta, acabou dimunuindo em mim a única coisa que me afastava de qualquer possibilidade de felicidade em um relacionamento com outra pessoa.


O seu altruísmo histérico por mim me fez ver que gostar só de si mesmo não fazia o menor sentido, não tinha a menor graça. E devagarzinho eu fui te entregando os pontos, as pontas, as partes, os pedaços quebrados do meu coração pra você colar com aquela mesma cola forte que você usa na hora que estamos entrelaçados um no outro, respirando vida e quase se afogando nos próprios suspiros longos, na respiração palpitada. Eu me entreguei ao todo e junto com a minha redenção as minhas sílabas foram embora também.


Eu tentei compassar cada palavra que eu te dizia, mas quando me dei conta as palavras que eu pensava em dizer já estavam saindo da sua boca antes mesmo que eu abrisse a minha. Você me lia nas entrelinhas e provava que quando as peças se encaixam perfeitamente os manuais são absolutamente dispensáveis.


Mas eu precisava, de algum jeito, mostrar com palavras minhas, tudo o que eu tenho aqui dentro e não consigo porque a felicidade aguda me emudeceu de uma forma que eu nunca tinha presenciado antes. Eu fico muda pensando em todas as coisas que eu queria dizer e não consigo e acabo meio que asfixiada no turbilhão de sentimentos que estão aqui dentro desse coração e tão estampados na minha cara que só alguém bem idiota não conseguiria perceber. Eu tento me aliviar do seu cheiro, da sua forma e da sua presença pra ver se encho meus pulmões de ar, oxigenando meu cérebro, pra conseguir a explicação plausível pra tanta felicidade.


Mas aí eu percebo que você está em toda parte e respirar você é muito mais perfeito do que qualquer suspiro forçado seria na sua ausência. Eu não quero nunca a sua ausência. E, se esse for um pré-requisito, também não quero nunca minha inspiração de volta.


Obrigada por ter feito dessa hipotética mulher, uma mulher irritantemente feliz de verdade.

[Rani G.]

sexta-feira, 17 de abril de 2009

AS duas estrelas do meu céu são suas.


Não ando me concentrando nas palavras. Queria sentar e a inspiração chegar, mas eu ando focando minhas energias em outro lugar, e como sempre o lugar é você. Tem uma foto sua que eu gosto tanto... Ela é meio tortinha e você ficou todo lindinho. Outra pessoa repararia nos dentes ou em alguma espinha, mas eu não. Até reparo mas é só olhar pros meus olhos e ver que eles não mentem. A minha boca só de ver algum sinal de vestígio teu já começa a querer sorrir levemente. Eu fico lembrando do dia em que nós dois queríamos. Um dia que eu carrego comigo pra onde eu vou, a pedrinha na carteira e o resto tratei de guardar na memória. Cada detalhezinho. O dia que comecei a sonhar em ficar junto com você pra sempre, brigar algumas vezes, juntar os trapos, casar, ter dois filhos e um cachorro. Falaram para mim que a gente não pode falar essas coisas nunca para um homem. Que a gente tem vontade de passar o resto da nossa humilde existência coexistindo com a dele, que você tem vontade de fundir e de falar 'tudo que é meu, é seu'. Mas eu te falei de todas essas coisas. E descobri que esses sonhos eram tão seus também. E descobri que havia mais e que o amor podia muito. Tudo.

// Saíamos com um monte de amigos, eu sorria pra você e só te beijava escondido. ainda assim parecia que todo mundo já sabia! Eu tinha vontade de gritar e contar pra todo mundo quem me puxava no canto pra me dar um beijinho, pra segurar a mão, pra sair no fim de semana e ver o por do sol. Tudo que foi, tudo o que é nosso eu guardo em mim. Eu que cheguei a pensar que deveria ter me livrado de tudo antes, quando ainda havia tempo, quando ainda não era tão viciada em você. Quando eu ainda não falava alto pra você olhar pra mim. Quando eu ainda não passava minhas tardes atualizando meus emails pra ver se chegou notícia sua. Quando eu não passava os dias esperando você me ligar. Quando, antes disso tudo, um abraço não me fazia tremer. Ah, é, teve aquele abraço também(...). No celular, eu contava pra minha amiga da vez que tínhamos ficado juntos, de como tinha sido lindo. Eu desliguei e você me chamou pra sentar ao seu lado. Você me abraçou e a gente conversou como se não tivesse sido só mais um beijo, porque não foi... Como se já não tivéssemos notado que já haviam se passado 10 anos de pois que toda essa história de paixão, amor e blá blá blá começou. Porque não é qualquer eu; qualquer você. Somos nós. Nós que nos conquistamos de alguma forma, nos merecemos, nos completamos, combinamos.

E hoje eu quero só agradecer. Agradecer o quanto você me fez feliz naquele oito de agosto. Foi rápido, mas quando eu ouvi de você, meu melhor amigo que 'queria tentar, que acreditava em nós', eu senti que tudo nos últimos meses tinha valido à pena. Na hora, eu senti coisas que percorreram meu corpo inteiro, eu me sentia orgulhosa de mim mesma. Eu olhava pra você e pensava 'nossa, foi você que eu esperei 10 anos e agora estou aqui; tua mão na minha'.

E é aí que você me deixa tão frágil... Ou tão forte, quando você começa a mexer com meus dedinhos do pé que são tão miudinhos. E mais forte quando brinca com meus cachorros e me mostra um homem carinhoso. E mais e mais forte quando brinca com seu afilhado lindo que dança com você e você o trata como se morresse de vontade de construir uma família e me enche de vontade também todos os dias. E mais e mais forte ainda quando vem na minha casa as duas da tarde e eu abro a porta mesmo ainda estando de pijama porque perto de você eu me sinto segura. Acho que sua missão na minha vida é me fazer feliz. Porque mesmo que a gente não saiba do amanhã, ficar no calçadão sentindo meus cabelos se despentearem quando bate o vento e rir pra você e te ouvir dizer: 'você é linda até de manhã, como pode?' me abastece e me dá vontade de ter mais 9 cachorrinhos só pra você brincar com todos eles. E ainda que a gente não saiba do amanhã, a gente sempre terá tudo.

// E pensar que quando você beijava tanta gente na vida e achava que as nossas bocas nunca se tocariam porque éramos proibidos um para o outro, o que a gente sentia quando estávamos perto já era amor. Já era amor porque só a gente sabia que aqueles nossos programas com um monte de amigos era só uma desculpa pra gente ficar mais perto.
***
Luana Magalhães

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Para um menino com uma flor- Tati Bernardi


Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente.
Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com este riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente.
Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados.
Zilhões.

Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por falar demais e balançar os pés, você acaba de me salvar. Este texto é pra te falar uma coisa boba.
É pra te pedir que não tenha medo. Sabe esses textos que eu publico aqui falando bobagem? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o Bradesco, a Vivo, meus pais, o IPTU, o motoqueiro que me manda ir mais para o lado, o cara que fala caipira, aquela garota que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, que você se desesperou pra encontrar meu brinco de coração. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói. Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer.
Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo. Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo.
E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer.
Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio.
Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga.

Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto. Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Alguns anos?
Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza. Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida.
Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você me dando aquela flor, fazendo piada ruim às sete da manhã, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça. Eu posso sentir isso de novo. Que bom.
Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje?
As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob's. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo.
Estrela, estrela, estrela.
Zilhões de vezes.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aham...

Sem usar frases dos outros, sem copiar trechos de músicas, nem nada...
Do meu jeito meio desastrado e ansioso eu só quero dizer que gosto de você. Gosto porque quando rimos juntos o mundo pára e porque do nosso jeito a gente se entende, se abraça, se completa, se soma. Gosto porque tem o melhor cheiro, o melhor abraço, o melhor sorriso, a melhor voz, o melhor peito pra eu encostar minha cabeça e descansar do mundo. Gosto porque somos o casal tipão, sou tua menina... e você é o meu tudo: Amigo, companheiro, namorado, amor... É a vítima das minhas idéias malucas e a única platéia que me escuta quando eu invento de cantar. E pra nós dois o coração bate palmas, a vida grita, Deus sorri.
Gosto de você porque gostar não faz sentido nenhum, ou faz todo, não sei...
Gosto, e gosto tanto, tanto, tanto, que sem dúvida nenhuma eu te amo.
Aham, eu te amo...
Maria Verônica Sá

Amor, jazz e vinho barato.






Das duas, uma. Ou você leu meu manual de instruções ou você tem uma bola de cristal em perfeita sintonia comigo. Só pode ser. Porque não é possível alguém ser assim. Alguém que me trata como uma princesa. Que faz todas as minhas vontades. Que despenca de tão longe pra me ver por tão pouco. Não é possível alguém ser tão tudo de bom e fazer tão do jeito que eu gosto. Não é possível uma sintonia tão fina. Uma perna tão grossa. Uma cabeça tão macia. Eu sabia que esse dia ia chegar. E chegou como um samba de carnaval. Me arrancou do chão. Aumentou minha pulsação. Me levou junto. Eu sabia que um dia eu ia fazer tudo certo. E agora eu entendo porque. Porque agora todas as peças se encaixam e não falta mais nada. Você fez a aposta. Eu perdi. Perdi noites de sono em baladas freqüentadas por garotas de saias e cabeças pequenas. Por playboys deslumbrados, com algum dinheiro e nenhum pedigree. Por corpos sarados e mentes doentes. Festas com muita pose e pouca atitude. Com convites que custam caro e pessoas que se vendem por tão pouco. Me perdi e não encontrei ninguém. Torrei meu dinheiro e minha paciência. Estourei meu cartão de crédito e, por pouco, não estouro meus tímpanos. Mas, quer saber? Cansei de música alta. Prefiro quando você fala baixo no meu ouvido. Prefiro ficar vendo os aviões brancos dando rasantes sobre nossos corpos tintos. Prefiro você suave. Prefiro o silencio dos seus olhos me dizendo que me ama. Prefiro sua voz de madrugada. Prefiro quando você se perde nas notas. Prefiro sua música, seu tom. Por você, eu dei uma nova chance a mim mesma. Eu dei minha cara a tapa. Por você, eu voltei a acreditar no amor adolescente e a ter calafrios na espinha. Por você, comecei a ter ciúme. Por você, posso largar música agitada e aprender a gostar de jazz. Por você, eu largo os vinhos baratos, os xampus caros e as roupas curtas. Porque quando você está dentro, não existe mais nada lá fora. O mundo acaba aqui, na gente. Porque você me faz tão sua. Porque você me faz tão eu.


Brena Braz.