quinta-feira, 16 de abril de 2009

Para um menino com uma flor- Tati Bernardi


Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente.
Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com este riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente.
Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados.
Zilhões.

Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por falar demais e balançar os pés, você acaba de me salvar. Este texto é pra te falar uma coisa boba.
É pra te pedir que não tenha medo. Sabe esses textos que eu publico aqui falando bobagem? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o Bradesco, a Vivo, meus pais, o IPTU, o motoqueiro que me manda ir mais para o lado, o cara que fala caipira, aquela garota que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, que você se desesperou pra encontrar meu brinco de coração. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói. Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer.
Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo. Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo.
E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer.
Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio.
Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga.

Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto. Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Alguns anos?
Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza. Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida.
Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você me dando aquela flor, fazendo piada ruim às sete da manhã, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça. Eu posso sentir isso de novo. Que bom.
Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje?
As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob's. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo.
Estrela, estrela, estrela.
Zilhões de vezes.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Aham...

Sem usar frases dos outros, sem copiar trechos de músicas, nem nada...
Do meu jeito meio desastrado e ansioso eu só quero dizer que gosto de você. Gosto porque quando rimos juntos o mundo pára e porque do nosso jeito a gente se entende, se abraça, se completa, se soma. Gosto porque tem o melhor cheiro, o melhor abraço, o melhor sorriso, a melhor voz, o melhor peito pra eu encostar minha cabeça e descansar do mundo. Gosto porque somos o casal tipão, sou tua menina... e você é o meu tudo: Amigo, companheiro, namorado, amor... É a vítima das minhas idéias malucas e a única platéia que me escuta quando eu invento de cantar. E pra nós dois o coração bate palmas, a vida grita, Deus sorri.
Gosto de você porque gostar não faz sentido nenhum, ou faz todo, não sei...
Gosto, e gosto tanto, tanto, tanto, que sem dúvida nenhuma eu te amo.
Aham, eu te amo...
Maria Verônica Sá

Amor, jazz e vinho barato.






Das duas, uma. Ou você leu meu manual de instruções ou você tem uma bola de cristal em perfeita sintonia comigo. Só pode ser. Porque não é possível alguém ser assim. Alguém que me trata como uma princesa. Que faz todas as minhas vontades. Que despenca de tão longe pra me ver por tão pouco. Não é possível alguém ser tão tudo de bom e fazer tão do jeito que eu gosto. Não é possível uma sintonia tão fina. Uma perna tão grossa. Uma cabeça tão macia. Eu sabia que esse dia ia chegar. E chegou como um samba de carnaval. Me arrancou do chão. Aumentou minha pulsação. Me levou junto. Eu sabia que um dia eu ia fazer tudo certo. E agora eu entendo porque. Porque agora todas as peças se encaixam e não falta mais nada. Você fez a aposta. Eu perdi. Perdi noites de sono em baladas freqüentadas por garotas de saias e cabeças pequenas. Por playboys deslumbrados, com algum dinheiro e nenhum pedigree. Por corpos sarados e mentes doentes. Festas com muita pose e pouca atitude. Com convites que custam caro e pessoas que se vendem por tão pouco. Me perdi e não encontrei ninguém. Torrei meu dinheiro e minha paciência. Estourei meu cartão de crédito e, por pouco, não estouro meus tímpanos. Mas, quer saber? Cansei de música alta. Prefiro quando você fala baixo no meu ouvido. Prefiro ficar vendo os aviões brancos dando rasantes sobre nossos corpos tintos. Prefiro você suave. Prefiro o silencio dos seus olhos me dizendo que me ama. Prefiro sua voz de madrugada. Prefiro quando você se perde nas notas. Prefiro sua música, seu tom. Por você, eu dei uma nova chance a mim mesma. Eu dei minha cara a tapa. Por você, eu voltei a acreditar no amor adolescente e a ter calafrios na espinha. Por você, comecei a ter ciúme. Por você, posso largar música agitada e aprender a gostar de jazz. Por você, eu largo os vinhos baratos, os xampus caros e as roupas curtas. Porque quando você está dentro, não existe mais nada lá fora. O mundo acaba aqui, na gente. Porque você me faz tão sua. Porque você me faz tão eu.


Brena Braz.

sábado, 11 de abril de 2009

Muito amor - Tati Bernardi


"Para os grandes, eu penso. E viro a cabeça pra pensar em outra coisa. É mais feliz gostar, amar é pra quem pode. Mas você ou a vida ou sei lá. Insiste. E então chega enorme. E só me resta rir que nem quando vejo um bebê muito pequeno e lindo. Você ri. Vai fazer o quê? É o milagre maravilhoso da vida e eu ficando brega e cheia de medo e cheia de vontade de te contar tantas coisas e nem sei se você gosta de ouvir meus atropelos. Muito amor.
E então fico querendo não trair a beleza. Com você sinto a fidelidade de ser tranquila. Um pacto de paz com o mundo. Pra não me afastar de você quando estou longe. E é impossível então que os martelos do apartamento de cima sejam realmente martelos. E é impossível que as chatices do dia sejam realmente sem solução. E os outros caras, aviso, olha, é amor. É amor. Ainda que eu quisesse, não consigo mais nem um centímetro pra você. Desculpa. O amor é terrivelmente fiel. Porque ele ocupa coisas nossas que nem existem nos sentidos conhecidos. É como tomar água morna depois de ter engolido um filtro inteiro de água geladinha. Ninguém nem pensa nisso. Muito amor.
De um jeito que era mesmo o que eu achava que existia. E é orgânico dentro da gente ainda que vendo de fora não pareça caber. O corpo dá um jeito. Minha casca reclama mas incha. Tudo faz drama dentro de mim, ainda que nada seja realmente de surpresa. Sentir isso era o casaco de frio que sempre carreguei no carro. Cansado, abandonado, amassado, sujo, velho. Mas, de repente, tudo isso desistente tem serventia e a vida te abraça. O guarda-chuva do porta-malas. A bolsa falsa do assalto que minha mãe mandava eu ter embaixo do banco do passageiro. Sentir isso é os trocos que você guarda pra emergência. Amar grande é gastar reservas e ainda assim ter coragem pra dar o que não se tem. Amar grande é ter vertigem no chão mas sentir um chamado pra voar. Amar grande é essa fome enjoada ou esse enjôo faminto. É o soco do bem na barriga. É mostrar os dentes pra se defender mas acaba em sorriso. É o sal que carrego no fundo falso da bolsa pra quando eu não aguentar a vida. É o açúcar que carrego junto. É tudo que pode sair do controle. É meu corpo caindo. É o desespero aconchegante.E as almofadas de várias cores pra me dizer que pode dar certo."

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Eu e Ele... enquanto amigos...


"Eram bonitos juntos, diziam as moças. Um doce de olhar. Sem terem exatamente consciência disso, quando juntos os dois aprumavam ainda mais o porte e, por assim dizer, quase cintilavam, o bonito de dentro de um estimulando o bonito de fora do outro, e vice-versa. Como se houvesse entre aqueles dois, uma estranha e secreta harmonia."

Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Sempre Fez





Quantas vezes andei te procurando
Nao sei, nao contei.
Nao percebi que te procurava.
Te queria sem saber,
Te sabia e te amava sem querer.
Te sinto meu, te quero meu.
Nao sei se paixao, se amor, se amigo,
Sei que mais do que tudo, te quero comigo.
Quero te ver feliz em minhas manhas,
Ver teu despertar, teus olhos me encontrando,
Tua boca me deixando sentir teu primeiro gosto,
Teu halito quente e teu cheiro de sono.
Me misturar com teu sonho,
Sem saber ao certo se ja desperto,
Ou se te envolvo em meus encantos,
Em nosso desejo macio e branco,
Perdido e surpreso de tao intenso.
Sentir teu suspiro ao meu toque,
Beijar o teu corpo e ouvir teus gemidos,
Assim te quero...
Te quero e te chamo, e sem chances,
Simplesmente te abraco,
E deixo minha mao na tua,
Na calma de dois em um so
Porque ja te encontrei,
Porque voce sempre fez parte de mim,
E por um querer do destino,
Nossa uniao teve seu tempo certo para acontecer.
E sei quem e voce. Voce sabe de mim.
E deste momento em diante nosso caminho se funde,
Mesmo sem saber ao certo por onde andaremos,
Mas com uma certeza.
Nosso caminho e direto,
Nosso futuro e concreto.
Nosso destino, a felicidade !!

sábado, 4 de abril de 2009

Inveja...

"Não grite sua felicidade tão alto; a inveja tem sono leve."

A inveja, como diz um antigo ditado, é uma meeeerda! Sim, é u-m-a m-e-r-d-a.
Não para quem é alvo dela, não, na verdade esses têm o ego massageado. Se são invejados é porque por algum motivo, causam despeito, aquela sensação de "porque não sou assim" ou "como ela pode ser assim e eu não". No fim das contas, se alguém sente inveja de você, se se incomoda com sua presença, é porque você de alguma forma impressiona e por tanto desperta o despeito e o mal estar em pessoas que se sentem menores e com pouco brilho em relação à você. Coitadas dessas pessoas, elas tem um problema terrível de auto-estima. Por algum motivo, geralmente na aparência, sentem-se sempre por baixo, diminuídas e saem por aí destilando veneno. O que é fod* é que desse jeito, nunca sairão desse estado de espírito tão pouco sociável, que só faz mal a elas mesmas, porque a pessoa que lhe causa inveja esta por aí livre, leve e solta, pronta para tudo que a vida oferece, enquanto os invejosos, estão empoleirados na cerca, feito corvos, observando e se remoendo.
Só digo que para mim a inveja não é nada, não me deixo abater por essas energias ruins, simplesmente porque não fico me comparando a ninguém, porque confio muito em mim, no meu bom astral, simpatia e sensualidade. Sei que não sou "a mais linda de todas" - quer dizer, posso não estar dentro de um padrão de beleza que é estereotipado hoje em dia, mas não ligo mesmo para padrões, porque estou dentro do normal, da beleza admirável interior e exterior, que é percebida por dentro e refletida por fora e feliz porque isso para mim não é o mais importante, nunca foi empecilho para nada, nunca me paralisou me fez desistir da nada que eu queria, nem de ninguém. Percebo tudo o que tenho de bom, e que não deixo nada a desejar a ninguém.

Aos que sentem prazer em invejar, em deixar que esse nosferatus se crie, eu lamento muito, só terão decepções e fracassos na vida e se tornarão pessoas amargas e feias - sim, porque sentimentos ruins, enfeiam pessoas por dentro, o que se reflete por fora.

Luα·٠•●

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"Ninguém é realmente digno de inveja, e tantos são dignos de lástima..."

"A inveja é um desejo paralítico, que não suporta a ambição bem sucedida."

"É tão natural as pessoas destruirem o que não podem possuir, negarem o que não compreendem, insultarem o que invejam."


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